13.09.2011
Ricardo Garcia

O Governo vai fundir vários organismos da tutela ambiental, como o Instituto da Água (Inag) e as recém-criadas administrações de região hidrográfica (ARH), numa nova Agência Portuguesa do Ambiente e da Água. A ideia, segundo o secretário de Estado do Ambiente e Ordenamento do Território, Pedro Afonso de Paulo, é “fazer mais, com menos”.


A proposta do Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território é concentrar um vasto conjunto de competências num único organismo, que sucederá à actual Agência Portuguesa do Ambiente, hoje com áreas de actuação relativamente limitadas. Além das questões relacionadas com a água, a nova agência também irá gerir o dossier das alterações climáticas, que até agora tem estado a cargo de uma comissão própria.

A nova agência funcionará como autoridade nacional da água, tarefa que pertence hoje ao Inag. As ARH, criadas há cerca de quatro anos para gerir as bacias hidrográficas numa lógica regional e dotadas de autonomia administrativa e financeira, serão transformadas em serviços desconcentrados do ministério. As receitas que até agora revertem directamente para as ARH – sobretudo as taxas de recursos hídricos – passam a entrar para o bolo geral da nova agência.
“Manteremos a lógica da gestão por bacias e a lógica do regime económico-financeiro da água”, afirma, porém, o secretário de Estado do Ambiente.
Também integrado na Agência Portuguesa do Ambiente e da Água ficará o Departamento de Prospectiva e Planeamento, bem como a gestão de instrumentos financeiros específicos, como o Fundo de Intervenção Ambiental, o Fundo Português de Carbono e o Fundo de Protecção de Recursos Hídricos.
O Governo quer ainda criar um segundo organismo – a Agência do Território – onde serão fundidas a Direcção-Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano e o Instituto Geográfico Português. Já o Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade – cuja actuação em grande medida também recai sobre a gestão do território – permanecerá sob a tutela da Secretaria de Estado das Florestas.

Sem adiantar para já um número concreto, Pedro Afonso de Paulo fala em poupanças anuais na ordem dos “milhões de euros”, com a redução de cargos dirigentes, de direcções administrativas e financeiras e de encargos com instalações. Outras duplicações também serão evitadas, segundo o secretário de Estado, como a de sistemas informáticos de gestão que existem em separado, em cada um dos organismos que serão fundidos. “Só um desses sistemas custou sete milhões de euros”, diz Pedro Afonso de Paulo.
A proposta do Ministério da Agricultura e do Ambiente será levada nesta quarta-feira ao Conselho Nacional da Água, que foi convocado para uma reunião às 14h30. A opinião deste conselho não é vinculativa, mas o secretário de Estado do Ambiente garante que a proposta não é um facto consumado. “Temos abertura suficiente para fazer ajustamentos”, afirma."
Citanto: 'Público ::: ecosfera'
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